Hoje faz um ano da morte de Marielle Franco, assassinada covardemente com 13 tiros na região central do Rio de Janeiro juntamente com o motorista Anderson Pedro Gomes. A evidente execução premeditada da vereadora e ativista dos direitos humanos tinha como objetivo calar uma poderosa voz – feminista, negra, lésbica, política – mas teve o efeito contrário, fazendo surgir milhares de outras vozes, para levar adiante sua luta e suas bandeiras.
Bandeiras como as que defendia em seu mandato como vereadora do Rio de Janeiro e também como presidenta da Comissão da Mulher da Câmara Municipal, a favor daquelas pessoas que são mais discriminadas, em especial as mulheres pobres e pretas das muitas comunidades, periferias e favelas de sua cidade.
Marielle, moradora da Favela da Maré, conheceu de perto todo o racismo, o preconceito e a violência associados a esse universo. Sabia como poucas sobre a existência de inúmeras Marielles expostas às desigualdades de raça, gênero e renda e que esse não é um problema ‘natural’, mas sim fruto de decisões políticas, racistas e machistas.
Trabalhou incansavelmente em favor de uma maior ocupação da política como forma de fortalecer a democracia e lutar contra as desigualdades. Ela compreendia – e nós assinamos embaixo – que as pessoas têm o direito de participar das decisões que influenciam o acesso delas a serviços públicos básicos, como educação, saúde, transporte e moradia.
A polícia do Rio prendeu ontem (terça-feira, 12/3) dois suspeitos de serem os autores do crime. Ainda não sabemos, entretanto, quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes. Que as respostas sejam dadas à sociedade com a mesma determinação com que Marielle exigiu os direitos de quem menos tem e mais sofre.
Marielle, presente!
Anderson, presente!