Conte um pouco sobre sua história.
Sou de Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro e faço arte para afirmar que não tem museu no mundo como a casa da nossa vó. Comecei fazendo histórias em quadrinhos e daí caí na pintura e comecei a fazer o que faço hoje. Sempre procuro através do meu trabalho retornar e honrar minha memória, minha história e minha família. Tentar retomar uma voz que nos foi tirada.
Como você vê as desigualdades brasileiras?
As desigualdades brasileiras são consequência de uma estrutura na qual esse país se ergueu. Para pensar um país sem desigualdades, sem racismo e tudo mais, vamos precisar refundar esse lugar, pois isso é a base do Brasil oficial. E é por isso que luto, não só com meu trabalho.
Fale sobre sua obra que está no calendário Oxfam Brasil 2022.
Minha obra é um retrato a partir de uma foto do time que jogava futebol quando moleque. E as profissões retratadas no trabalho são de fato profissões que meus companheiros seguiram na vida. Apenas um retrato dos vários caminhos que nos cruzam.