Conte um pouco sobre sua história.
Nasci e moro em Aracaju, tenho 27 anos, sou formado em Design Gráfico pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e mestrando em Ciências da Religião também na UFS. Atualmente, trabalho como designer do grupo de moda Soma, atendendo no setor de Estilo da Farm Rio, e também coordeno, junto com minha irmã Brenda, meu e-commerce voltado para comercialização de arte com temáticas afrocentradas. Também sou uma das lideranças do Centro Cultural Erukerê, um espaço cultural e casa de culto a orixá localizada na cidade onde moro. De forma ampla, sempre fui uma pessoa curiosa e disposta a me expressar visualmente.
Como você vê as desigualdades brasileiras?
O Brasil é um grande caldeirão de desigualdades, acentuadas principalmente pelo caráter racista de nosso processo de construção e compreensão como civilização. Enquanto afro-religioso enxergo com muita facilidade os impactos da hegemonia do pensar cristão e europeu frente às culturas e tradições de presença africana. É como se a sociedade o tempo todo nos forçasse a estarmos em um local subalterno, afinal somos ameaça a essa construção de mundo.
Fale sobre sua obra que está no calendário Oxfam Brasil 2022.
“Orixás na Perifa” é uma obra sensível que nos fala sobre como os orixás podem ser encontrados em todos os contextos e lugares, abarcando narrativas múltiplas. Na obra vemos Oxóssi, Exu e Ogun, irmãos míticos personificados em três crianças que param para descansar após um longo dia de brincadeiras.