Quais são os principais problemas causados por empresas de fruticultura no Rio Grande do Norte e quais as soluções para o setor? O que os trabalhadores e trabalhadoras da cadeia produtiva da fruta podem fazer para enfrentar os efeitos negativos no semiárido potiguar? Esses foram os principais temas do I seminário regional – Os Impactos da fruticultura e a resistência agroecológica no semiárido potiguar realizado dias 9 e 10 de setembro em Apodi (RN) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi (RN), com participação da Oxfam Brasil.
Gustavo Ferroni, coordenador da área de Justiça Rural e Desenvolvimento da Oxfam Brasil, apresentou durante o evento dados do relatório Frutas Doces, Vidas Amargas, lançado em outubro de 2019. “Os grandes supermercados lucram muito com a produção de frutas, mas o custo disso é alto: péssimas condições de trabalho, pobreza e sofrimento para milhares de trabalhadoras e trabalhadores rurais – principalmente as mulheres.”
O seminário contou com a participação de representantes de comunidades impactadas por empresas de fruticultura irrigada da região, agentes pastorais, sindicalistas, trabalhadoras e trabalhadores rurais e organizações sociais.
Dieese apresenta estudo sobre transferência de renda para safristas
Outro destaque do seminário sobre os impactos da fruticultura no Rio Grande do Norte foi a apresentação do estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre transferência de renda para os safristas da fruta no estado. Como a maior parte dos empregos nas áreas produtoras de frutas só existem na época de colheita, milhares de pessoas ficam sem trabalho e renda durante boa parte do ano, daí a necessidade da proposta.
Outra mesa importante do seminário foi a que discutiu os impactos dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras e comunidades. A professora e pesquisadora Andrezza Pontes, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) explicou as principais ameaças e alternativas ao excessivo uso de agrotóxicos nas plantações.
No encerramento do seminário foi realizado debate sobre a agroecologia como alternativa ao agrohidronegócio, com a participação de representantes da Diaconia, Marcha Mundial de Mulheres, Centro Feminista Oito de Março e da Rede Xique-xique.