Há um mês, um crime hediondo causou comoção, indignação e revolta no país e no mundo. A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes foram assassinados a tiros no Rio de Janeiro por pessoas ainda não identificadas, deixando a forte indicação de se tratou de uma execução política. Marielle, mulher negra, lésbica, favelada e ativista dos direitos humanos, frequentemente denunciava as ações de policiais e milícias contra as populações de favelas e periferias cariocas, vítimas da mesma violência que ela sofreu. As investigações até o momento não produziram respostas, e reafirmam uma sensação de impunidade e desconfiança nas forças públicas.
Os assassinatos de Marielle e Anderson são um golpe direto e inequívoco aos direitos humanos, à sociedade e à democracia brasileira. São recados de quem não tem medo de tirar do caminho aqueles e aquelas que se opõem aos seus interesses. Marielle sempre esteve na linha de frente da luta por justiça, com firme atuação na denúncia da violência contra moradores de favelas e periferias cariocas. O seu compromisso com os direitos para todos e todas incomodava.
As mortes de Marielle e Anderson precisam ser solucionadas e com urgência. Não é admissível que esses crimes passem impunes. As autoridades têm o dever de mostrar à sociedade que o Brasil não aceita tais brutalidades, apontando não apenas os autores dos disparos mas sobretudo o(s) mandante(s) das execuções.
Existe hoje um círculo de tensão entre as pessoas que conviveram e trabalharam com Marielle. Existe um medo no ar – no ambiente de trabalho, entre amigos e familiares, nas favelas e periferias onde ela atuava. Ninguém se sente seguro, todos vivem assustados, como se estivessem com uma sentença de morte à espreita. Isso não pode e não deve continuar.
#QuemMatouMarielle #JustiçaParaMarielle #MariellePresente