Legenda: Akira Homma, assessor científico sênior de Bio-Manguinhos, responsável pelo Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PCRV), faz palestra durante o evento G-Stic 2023. Foto: Divulgação/Fiocruz
Com a pandemia de covid-19, países de todo o mundo se convenceram de que é fundamental promover e ampliar a produção de vacinas pelos países para garantir à população amplo acesso aos imunizantes, reduzindo assim as desigualdades e vulnerabilidades observadas durante a crise sanitária. Os desafios e as perspectivas desse cenário foram tema das discussões da 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic 2023), realizada entre os dias 14 e 15 de fevereiro, na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, com a participação de pesquisadores, profissionais da saúde, especialistas e representantes de empresas públicas e privadas, além de organizações da sociedade civil como a Oxfam Brasil.
Os participantes afirmaram durante o evento que a situação verificada em países em desenvolvimento (América Latina, África e Ásia) durante a pandemia exige respostas urgentes para ampliar a cobertura vacinal e redução das desigualdades.
“No Brasil, estudos mostraram que a desigualdade foi fator importante no avanço da covid-19 nas periferias do país, aumentando em até 50% o risco de morte pelo vírus”, afirma Jefferson Nascimento, coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil, que participou da segunda sessão da mesa Os desafios e as perspectivas para o desenvolvimento e a ampliação da manufatura local de vacinas.
Segundo James Fitzgerald, diretor de Serviços de Saúde para a América Latina da OMS, há um desequilíbrio muito grande na distribuição e no acesso a vacinas no mundo, não apenas por questões econômicas, mas também políticas e sociais – algo que é agravado pela limitação na produção de vacinas globalmente. “A América Latina, por exemplo, depende muito de importações de vacinas, com sua fabricação na região concentrada em três ou quatro instituições apenas”, destacou.
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