Cerca de 20 doadoras e doadores participaram nesta terça-feira (16/1) do 3o. encontro online promovido pela Oxfam Brasil para conhecer detalhes do novo relatório Desigualdade S.A., lançado no início da semana durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça. O Fórum reúne, anualmente, lideranças políticas e econômicas de todo o mundo para discutir os principais temas da atualidade.
Os dados do novo relatório, que revela como as grandes empresas e os super-ricos manipulam os sistemas econômico e político globalmente em benefício próprio, foram apresentados por Jefferson Nascimento, coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.
“O debate sobre os dados do relatório é fundamental para entendermos o nosso mundo hoje, e o nível das desigualdades globalmente”, afirmou Jefferson durante sua apresentação, destacando a necessidade de os Estados agirem para proteger os interesses da maioria da população global, que sofrem os impactos negativos da excessiva concentração de riqueza nas mãos de uns poucos.
“A ideia de lançar o relatório do Fórum de Davos é tentar pautar os debates que acontecem por lá, destacando como as desigualdades estão afetando 99% da população – que não está naquele espaço”, disse Jefferson.
O relatório Desigualdade S.A. traz algumas recomendações para reduzir a concentração de riqueza e promover políticas públicas que beneficiem a maior parte da população, entre elas um acordo global para a definição de metas de redução das desigualdades. Nesse contexto, o Brasil tem um papel importante de pautar o tema das desigualdades, já que este ano assume a presidência do G20, que reúne as 20 maiores economias do planeta. “Espera-se que o Brasil seja uma força nesse debate”, afirmou Jefferson.
Ao final de sua apresentação, Jefferson respondeu a algumas perguntas feitas pelos doadores da Oxfam Brasil, como a facilidade de acesso dos super-ricos a diferentes níveis do Estado para defender suas agendas (em contraste à dificuldade da população em geral) e a necessidade de uma maior participação das comunidades nos processos decisórios das empresas e suas atividades, que têm grande impacto social e ambiental.
