A segunda edição do Mapa das Desigualdades, produzida pelo Movimento Nossa Brasília, em parceria com o Inesc e a Oxfam Brasil, revela as muitas desigualdades entre as regiões de Brasília.
Enquanto a população do Plano Piloto recebe em média R$ 20 mil, quem vive na Estrutural, que se desenvolveu no entorno de um aterro sanitário, recebe em média um salário mínimo (R$ 998).
A primeira edição do Mapa que revela as desigualdades em Brasília foi lançada em 2016 – veja aqui.
A Cidade Estrutural foi tema, em 2018, de um livro de crônicas e contos baseados em histórias reais e atividades desenvolvidas na região.
A publicação analisa as desigualdades do Distrito Federal a partir do cruzamento dos dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2019
Relatórios das organizações envolvidas na produção do Mapa também foram usados.
O Mapa das Desigualdades mede e compara dados sobre renda, saúde, educação, cultura, saneamento básico e segurança pública, entre outros.
Concentração de renda aumentou
A publicação mostra que a concentração de renda aumentou, indo de 0.53 em 2015 para 0.58 em 2018.
Além disso, cerca de 55% da população está entre a renda baixa e média baixa.
O destaque fica para as cidades Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá e Recanto das Emas e Varjão, que evidenciam os fatores social e de raça.
Além de concentrarem as menores rendas, essas cidades possuem de 65 a 81% da população negras, enquanto no Plano Piloto os negros não chegam a 45%.
Segundo Maitê Gauto, gerente de Programas e Incidência da Oxfam Brasil, o Mapa das Desigualdades é fundamental para identificar os principais desafios das políticas públicas.
“Reduzir desigualdades exige que se faça política pública priorizando o desenho e o investimento orientado para pessoas e locais em maior situação de vulnerabilidade.”