Conte um pouco sobre sua história.
Meu nome é Heloize Rodrigues, sou de Belém do Pará, comecei cedo a me interessar pela arte. Desde os sete anos sempre gostei de desenhar e colorir, meu avô me influenciou bastante. Ele projetava bicicletas, das mais variadas formas, estilos e tamanhos, então antes de começar a montar e comprar as peças, ele sempre partia do desenho, e eu achava o máximo ver isso, e queria fazer também. Então o gosto pelo desenho veio. Eu tentava desenhar pessoas, observava minha avó deitada na rede e reproduzia no papel, folheava revistas, olhava pras modelos e tentava copiar, e assim eu continuei. Passou um tempo e o que era um hobby se transformou na vontade de ganhar o mundo e ajudar minha família, vi que existiam pessoas que ganhavam dinheiro com suas artes e isso pra mim foi só um pontapé. Dali em diante veio meu primeiro dinheirinho de artes personalizadas e eu consegui vender mais, de pouco em pouco.
No decorrer da trajetória conheci meu marido e a gente se redescobriu como pessoas e artistas. Começamos a estudar empreendorismo e até que chegou num ponto em que nos juntamos e fundamos em parceria o Estúdio Helôilustra, onde fazemos conteúdo para internet como quadrinhos e ilustração, e também oferecemos serviços personalizados na área da ilustração também, quadrinho, design e storytelling.
Meu objetivo com as minhas artes é levar a representavidade feminina diversa, o cotidiano paraense e também um pouco de humor, que nunca é demais.
Como você vê as desigualdades brasileiras?
As desigualdades são sintomas fortes e preocupantes de uma história dominante construída em cima de outras histórias que, ao meu ver, são as dos verdadeiros protagonistas.
Fale um pouco sobre o seu desenho no projeto.
A ilustração se refere à luta das mulheres e a igualdade de gênero ao longo da história humana.