Conte um pouco sobre sua história.
Sou carioca, comecei a desenhar cedo, quando era criança, e até pensava em trabalhar na área -mas só se meu plano A (rock star) e meu plano B (cineasta) falhassem. Acabei virando cartunista e roteirista, então posso dizer que dos meus três sonhos, alcancei um e meio. Dá média 5, passei.
Como você vê as desigualdades brasileiras?
Acho o principal problema do país. É um absurdo um país onde a maioria negra é chamada de minoria, onde há recursos o suficiente para o bem estar de todos e onde gêneros que são discriminados dão provas diárias de que merecem tanto ou mais reconhecimento do que aqueles que estão ocupando lugares-chave -e que estão trabalhando na surdina para que haja uma reserva de mercado para eles.
Fale um pouco sobre o seu desenho no calendário Oxfam Brasil 2021.
Fala sobre meritocracia, que é um nome mais bonito para privilégio. Os bem nascidos e as exceções à regra adoram se usar como exemplo de superação e de modelo de conduta enquanto não enxergam um palmo diante do nariz.