A ajuda humanitária abrange ações de trabalho voluntário com o intuito de minimizar, senão eliminar, as consequências de desastres naturais, emergências sanitárias e conflitos violentos. Ela é realizada por agentes diversos, como Organizações Não Governamentais (ONGs), empresas multinacionais, governos e civis.
Os princípios da neutralidade, imparcialidade e independência guiam o trabalho humanitário, mas ele é viabilizado em diferentes contextos que, muitas vezes, podem comprometer a segurança de seus agentes.
Neste artigo, você entenderá a importância da ajuda humanitária, as diferentes formas de auxílio e os principais desafios para a sua efetividade. Vamos lá?
Qual a importância da ajuda humanitária para o desenvolvimento social?
A Organização das Nações Unidas (ONU) é um dos principais atores de trabalho humanitário. No contexto mundial, o órgão é representado pelo United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA — Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários).
Além dela, atuam em âmbito global a Oxfam, os Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha, exemplos de órgãos mundialmente reconhecidos pelas suas ações humanitárias.
Pessoas e empresas financiam essas ações por meio de doações. Embora a maior parte delas aconteça em situações de emergência e calamidade, também é possível estabelecer programas de desenvolvimento para obter resultados em longo prazo.
Os programas de desenvolvimento buscam criar condições para que seja possível retirar grupos sociais de altos níveis de vulnerabilidade ao longo do tempo e de forma sustentável.
Dessa forma, enquanto as ações humanitárias de curto prazo objetivam salvar vidas, as atividades de longo prazo aliviam a pobreza e restabelecem a segurança social dos países. Esse tipo de trabalho é importante porque, em crises prolongadas, é preciso unir os benefícios de uma ação rápida com o desenvolvimento ao longo do tempo.
No mundo ideal, os próprios Estados ameaçados deveriam idealizar e operacionalizar programas para a promoção contínua da vida, ou o provimento de condições mínimas para a sobrevivência de suas populações.
Entretanto, o que acontece é a falta de governança e a ascensão de interesses pessoais, políticos e financeiros em detrimento da qualidade de vida da população. Tais fatores contribuem para a manutenção da pobreza e inviabilizam a mitigação da recorrência de crises humanitárias.
Quais os principais desafios da ajuda humanitária?
Veja quais os principais desafios para que as ações de ajuda humanitária sejam bem sucedidas, a seguir.
Falta de recursos para a ajuda humanitária
O baixo volume de recursos é uma das principais barreiras para prestar assistência àqueles em situação de vulnerabilidade. Muitas vezes, a demanda de recursos e os recursos efetivamente disponíveis são incompatíveis para que a ajuda humanitária seja eficiente.
Isso acontece porque a quantidade de conflitos e de pessoas necessitadas é infinitamente maior que a quantidade de doadores. Quando os recursos são escassos, a continuidade dos programas de ajuda humanitária fica comprometida.
Dificuldade de acesso e falta de segurança em áreas de conflito
É preciso garantir um nível mínimo de acesso e segurança às equipes de trabalho que atuam, muitas vezes, em ambientes insalubres e sujeitos às ações violentas de grupos de extermínio. Condições de segurança devem ser viabilizadas para que não haja limitações às ações dos voluntários e o potencial comprometimento dos programas assistenciais.
Apesar disso, muitos agentes humanitários ainda arriscam suas vidas pelo bem do próximo. É o caso dos brasileiros que foram assassinados em um atentado a bomba em Bagdá, no Iraque, em 2003, e dos profissionais dos Médicos Sem Fronteiras mortos nas cidades de Aleppo e Damasco.
Muitos ataques acontecem no translado até o destino, uma vez que o caminho é monitorado por, pelo menos, um dos lados dos conflitos. Em fevereiro de 2021, o embaixador italiano na República Democrática do Congo, Luca Attanasio, o carabineiro italiano Vittorio Iacovacci e o motorista do carro em que os três estavam foram assassinados em um ataque em Goma.
Uso da ajuda humanitária como pretexto para ações ilegais e imorais
Alguns governos e exércitos usam a ajuda humanitária como pretexto para ações ilegais. O caso mais conhecido culminou com o assassinato de Osama Bin Laden, em 2011, por um grupo do The United States Navy — Sea, Air, and Land (SEALs).
Os SEALs obtiveram acesso às amostras de DNA que atestaram a presença do terrorista na caverna em que ele foi encontrado e morto, segundo relatos da mídia.
Na ocasião, os Médicos Sem Fronteiras denunciaram o exército norte-americano de ter criado uma falsa campanha de vacinação e usá-la como pretexto para obter vantagens militares. O ato, posteriormente, poderia se transformar em uma ameaça à vida de habitantes de locais precários e conflituosos em todo o mundo.
Apesar de todos esses desafios, a ajuda humanitária trabalha para prevenir, restabelecer ou consolidar a segurança — seja ela alimentar ou física. Ainda, busca promover a paz e o ambiente favorável à manutenção da vida humana por meio de ações efetivadas quando os órgãos governamentais são incapazes — ou desinteressados — em fazê-la.
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Copies para as redes sociais:
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