A população negra e as mulheres são as que mais sofrem com a fome no Brasil e, por isso, é preciso que toda política pública desenhada para enfrentar o problema da grave insegurança alimentar por que passam milhões de brasileiras e brasileiros tenha a perspectiva interseccional de raça e gênero embutida nas ações proposta.
Em artigo publicado na edição deste domingo (24/7) da revista Carta Capital, Katia Maia (diretora-executiva da Oxfam Brasil), Ana Paula Brandão (diretora programática da ActionAid), Andre Degenszajn (diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga), Christoph Heuser (diretor-geral da Fundação Friedrich Ebert no Brasil), Rodrigo ‘Kiko’ Afonso (diretor-executivo da Ação da Cidadania) e Sandra Chaves (coordenadora da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) analisam o segundo suplemento do relatório da Rede Penssan sobre insegurança alimentar e fome no país, que foca nas desigualdades de cor/raça e gênero.
“Além de conhecer a realidade e apontar os problemas, é preciso agir. Precisamos urgentemente fortalecer as políticas públicas que têm eficácia no combate à fome, como os programas de aquisição de alimentos (PAA), de transferência de renda (Bolsa Famí.ia) e o de fortalecimento da agricultura familiar (Pronaf), considerando a necessária transversalidade na construção e execução dessas políticas como fator preponderante no sucesso das iniciativas“, diz um trecho do artigo.
Os signatários do artigo lembram que, no Brasil, o combate à fome é gestado historicamente por organizações e coletivos liderados por mulheres negras, “que distribuem cestas básicas em suas comunidades, fortalecem a agricultura familiar e atuam politicamente para garantir os direitos das pessoas em situação de maior vulnerabilidade no país”.
Leia aqui a íntegra do artigo publicado pela revista Carta Capital.