Entre janeiro e abril deste ano, mais de 2 milhões de jovens entre 16 e 18 anos tiraram o título de eleitor para participar das eleições 2022, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – um aumento de quase 50% em relação ao mesmo período de 2018.
Isso mostra que as juventudes brasileiras estão engajadas em participar do processo político do país, ocupando mais e mais os espaços de decisões que podem afetar seu destino. Os jovens estão dispostos a ajudar na construção de uma sociedade melhor – e um dos caminhos para isso é exercer seu direito como eleitor e votar nos candidatos que eles acreditam serem capazes de contribuir com uma sociedade mais justa.
Neste Dia Internacional da Juventude (12 de agosto), saudamos a disposição de milhões de jovens brasileiros de não permitirem que sua voz, esperança e determinação se anulem, principalmente em um momento tão importante, e difícil, da história do país.
Os jovens que estão nas ruas, comunidades e espaços públicos, defendendo seus direitos e mobilizando as pessoas para se engajarem por um mundo mais justo e menos desigual, sempre tiveram papel importante de pautar demandas sociais, políticas, econômicas e culturais.
Participação política além do voto
A participação política dos jovens pode e deve ir além do processo eleitoral. O voto é um dos instrumentos disponíveis para a promoção de mudanças que ofereçam mais e melhores oportunidades para as juventudes. Além de escolher os candidatos que melhor se adequam às suas demandas, os jovens também têm que ter uma maior representação política nas instâncias de poder que decidem as políticas públicas que possam gerar emprego, renda, segurança e qualidade para suas vidas.
Os jovens e, principalmente, os jovens negros, estão entre os grupos de maior vulnerabilidade social, no Brasil e no mundo. E essa vulnerabilidade é facilmente constatada pelos altos índices de mortalidade — no Brasil, a morte violenta atinge principalmente jovens negros entre 15 e 18 anos.
Segundo dados da Unicef, morrem 16 jovens por dia no Brasil vítimas de homicídio. Já o DataSus revela que, enquanto a taxa de mortalidade por homicídios de adolescentes está em torno de 35 por 100 mil habitantes, a da população em geral encontra-se em 27 por 100 mil.
Investir nas juventudes é econômica e socialmente lucrativo
A sociedade pode obter avanços econômicos e sociais com um maior investimento no potencial produtivo dos jovens, estima a ONU. Eles são potenciais líderes e arquitetos de uma transformação no bem-estar da humanidade e, como tal, merecem atenção especial.
O jovem que hoje procura um emprego, treinamento profissional ou aperfeiçoamento nos estudos será uma força de trabalho mais qualificada no futuro próximo, contribuindo para uma melhoria econômica e social.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os jovens são as principais vítimas da crise econômica. Relatório divulgado pela OIT em maio de 2020 revela que um em cada seis jovens está desempregado no mundo e isso pode gerar danos prolongados, um legado negativo por décadas!
Políticas públicas precisam ser implementadas
Além de leis, políticas públicas e projetos para atender os jovens, é preciso fazer valer o Estatuto da Juventude instituído em 2013 como o principal instrumento orientador dos direitos das juventudes.
Países em desenvolvimento como o Brasil precisam desse tipo de investimento com urgência, para proteger os milhões de jovens que são afetados pela violência, a fome e a pobreza.
A Oxfam Brasil trabalha em parceria com diversas organizações e movimentos da sociedade civil para gerar mais e melhores oportunidades aos jovens, principalmente a juventude negra das muitas periferias brasileiras.
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