O impacto das desigualdades na vida de mulheres negras durante a pandemia de covid-19 e a necessidade de um novo pacto social de mais responsabilidade e justiça, e menos desigualdades, no Brasil, é o tema do artigo Julho das Pretas: por um futuro sem desigualdades publicado nesta terça-feira (6/7) no jornal Folha de S. Paulo, assinado por Tauá Pires (coordenadora da área de Juventudes, Gênero e Raça da Oxfam Brasil), Lúcia Xavier (coordenadora da ONG Criola) e Fabiana Pinto (pesquisadora do Instituto Marielle Franco).
Segundo as autoras do texto, o maior impacto da pandemia sobre as mulheres negras evidencia a desigualdade racial como “uma das mais importantes estratégias de hierarquização e exploração, que levam à morte e à subjugação de grupos historicamente excluídos”.
Julho, lembram, é mês para celebrar o ativismo das mulheres negras, impulsionando uma série de lutas e ações para combater as desigualdades, em diversas dimensões da sociedade – da política institucional ao desenvolvimento de tecnologias de comunicação.
Neste Julho das Pretas, reivindicamos um novo pacto social em torno do projeto político ancestral de uma sociedade com maior senso de responsabilidade, mais justiça e menos desigualdades.
O artigo lembra a história da primeira vítima da covid-19 no Brasil, a trabalhadora doméstica Cleonice Gonçalves, mulher negra do Rio de Janeiro, e também do menino Miguel Otávio, de 5 anos, filho da também da trabalhadora doméstica e mulher negra Mirtes Renata, de Recife, e da jovem Kathlen Romeu, de 24 anos, morta em uma ação policial realizada em favela da zona norte do Rio de Janeiro, como exemplo de como a pandemia de covid-19 atingiu as mulheres negras de diversas formas.
O relatório “O Vírus da Desigualdade”, da Oxfam, revela que, no mundo, as mulheres foram as que mais perderam emprego e renda durante a pandemia e que a população negra foi a que mais se contaminou, com o maior índice de mortes devido à Covid-19. Na mesma linha, estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP destacou que, antes da pandemia, 33% das mulheres negras estavam abaixo da linha da pobreza. Neste ano, com o auxílio emergencial reduzido pelo governo, essa taxa subiu para 38%.
Leia aqui a íntegra do artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.