O Dia Internacional da Juventude foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1999, para nos fazer refletir acerca de temas necessários, como o papel da juventude na criação de mudanças sociais, além de nos fazer encarar qual é a realidade dessa parcela da população e as dificuldades por ela enfrentadas.
Apesar do dia oficial ter sido criado em 1999, o olhar da ONU para a juventude começou muito antes. Em 1977 e 1985, a Organização lançou duas resoluções com a missão de traçar estratégias para melhorar a comunicação entre a instituição e os jovens e organizações que trabalham com a juventude. O ano de 1985 ficou conhecido como o “Ano Internacional da Juventude”, por dar atenção aos jovens e por reconhecer o valor do grupo diante do desenvolvimento global.
Uma década mais tarde, a ONU lançou o Programme of Action for Youth to the Year 2000 and Beyound, que em português significa “Programa Global de Ação para a Juventude para o ano 2000 em diante”. O Programa tem a função de acentuar o comprometimento da Organização das Nações Unidas com a juventude global, além de direcionar as respostas da comunidade internacional para os desafios dos jovens no próximo milênio.
A juventude brasileira e a pandemia da Covid_19
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da crise de covid-19 no mercado de trabalho global mostrou que um em cada seis jovens perderam seu emprego após o início da pandemia. Entre os que conseguiram manter os seus empregos, a jornada de trabalho foi reduzida em 23%, causando consequentemente uma redução da renda — e consumo — dessas pessoas. A informalidade, que é muito presente na vida profissional das pessoas jovens brasileiras, pode ser encarada como uma das principais responsáveis pelo cenário descrito.
A formação escolar e acadêmica de pessoas jovens também foi seriamente afetada pela crise sanitária. Muitas vezes sem internet de qualidade, locais adequados para estudar, computadores funcionais e diante de incertezas financeiras, são os jovens negros e periféricos os mais afetados.
A mesma pesquisa trouxe informações importantes sobre o que enfrentaram os jovens neste período e quais são seus principais pensamentos em relação à sua formação:
“Três em cada 10 jovens confessaram que já pensaram em não retornar [aos estudos]; 52% não pretendem fazer o Enem, 17% estão indecisos e somente 31% pretendem fazer as provas; sete em cada 10 jovens estão pessimistas em relação à economia brasileira após a pandemia e metade dos respondentes consideram que o governo do país vai piorar um pouco ou muito um ano depois de a pandemia acabar.”
A Oxfam Brasil e o Dia Internacional da Juventude 2021
Em torno das reflexões trazidas pelo Dia Internacional da Juventude e motivados pelo lugar das pessoas jovens na sociedade brasileira, focando principalmente nos desafios gerados pelo Coronavírus, realizamos, no dia 12 de agosto, em parceria com a TV Doc Capão, o evento Educultura Jovem: Roda de Conversa sobre Direito à Educação e Cultura no Contexto Pós-Pandêmico, no YouTube da Oxfam Brasil.
No evento, contamos com a presença de:
Viviane Ferreira – Cineasta, ativista e advogada. Diretora e roteirista do filme “Um dia Com Jerusa (2020)” (Disponível na Netflix). Fundadora da produtora Odun Filmes e das plataformas Raio Agency e o streaming Todesplay. Está presidente da SPCINE – empresa pública de fomento ao audiovisual na cidade de São Paulo;
Stephanie Felicio – Artista independente e Suplente na cadeira de Juventude Negra no Conselho Municipal da Juventude da cidade de São Paulo, pela Uneafro Brasil. Educadora e educanda do Núcleo de Cultura do Cedeca Sapopemba;
Carlos Alberto – Membro da Coordenação Nacional do Levante popular da juventude, estudante de Direito e morador da Vila Cruzeiro, em Porto Alegre/ RS.
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Olhar para a juventude negra, periférica e LGBTQIA+ sempre fez parte do trabalho da Oxfam Brasil. Por isso, te convidamos a conhecer mais dos projetos executados pela área de Juventudes, Raça e Gênero.
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Mais Justiça, menos desigualdades!