Foto: Agência Brasil
A fome está voltando com força no Brasil e a melhor maneira de enfrentar o problema é com a adoção de políticas públicas de investimentos sociais em diversas áreas, além de políticas macroeconômicas que garantam emprego e renda à população. Em artigo publicado nesta terça-feira (27/10) no jornal O Globo, Katia Maia (diretora executiva da Oxfam Brasil) e Maitê Gauto (Gerente de Programas, Incidência e Campanhas da Oxfam Brasil) afirmam que bravatas na ONU e elogios ao desempenho do agronegócio por conta de suas exportações não resolvem nada.
“Ssaímos do Mapa da Fome da ONU em 2014, porque houve uma combinação entre políticas macroeconômicas de valorização do salário mínimo e geração de emprego e políticas de segurança alimentar e nutricional e de inclusão social aliadas a um programa eficiente de transferência de renda.”
Brasil pode virar um dos epicentros da fome no mundo
Katia e Maitê afirmam que o Brasil pode se tornar um dos epicentros da fome no mundo devido ao impacto da pandemia de coronavírus no país, que provocou uma drástica redução do emprego e aumentou a pobreza e as desigualdades. Isso, e a agenda econômica que privilegia o Estado mínimo e a austeridade fiscal”, são fatores que inviabilizam a promoção do desenvolvimento do país.
A fome é a face mais perversa das desigualdades brasileiras — e as desigualdades brasileiras são o lado mais perverso da falta de visão política de seus governantes.
Katia Maia e Maitê Gauto
Um dos caminhos para impedir que o Brasil fique à mercê de crises econômicas, sem condições de financiar políticas públicas sociais, é fazer uma reforma tributária que transforme para valer o sistema de cobrança de impostos no país, afirmam Maitê e Katia.
Taxar os mais ricos e implementar renda básica
“Devemos erradicar os mecanismos regressivos do nosso sistema tributário e ampliar receitas com, por exemplo, a taxação dos super-ricos e dos lucros e dividendos, e a cobrança de “taxas extraordinárias” para as grandes corporações que estão apresentando ganhos inesperados durante a pandemia.”
Além disso, defendem a implementação de um programa de renda básica que considere as experiências existentes e que seja sólido e permanente, para dar segurança e tranquilidade aos brasileiros – principalmente os que estão em situação de maior vulnerabilidade.
Leia aqui a íntegra do artigo publicado no jornal O Globo.