No dia 25 de Julho celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, além do Dia Nacional de Tereza de Benguela. Por causa disso, para muitas instituições e por muitas pessoas, o período já é conhecido como Julho das Pretas e, na Oxfam Brasil, não é diferente.
O Julho das Pretas foi criado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra como uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade.
Marcar o mês com atividades ligadas à ascensão de mulheres negras na sociedade e inserção de mulheres negras, cis e trans na política foi a estratégia que adotamos para trazer as reflexões necessárias sobre o lugar ocupado por essa parcela da população na sociedade brasileira, enquanto propomos uma estratégia de enfrentamento desta realidade, que não é nada satisfatória.
Este posicionamento pró-mulheres negras na política nasce do fato de que, apesar de algumas vitórias nas últimas eleições, como aconteceu com a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP), a mais votada do país, as mulheres negras ainda são minoria nos cargos de tomada de decisões. Entre as vereadoras, por exemplo, o grupo representa apenas 6,3% do total.
Além disso, nosso posicionamento também é resultado da certeza de que, quando mulheres negras forem efetivamente e proporcionalmente representadas, nossa democracia se tornará mais sólida e toda a sociedade mais igualitária.
A Carta Preta e o início de tudo
A Carta Preta, que deu início ao Julho das Pretas, nasceu na Jornada das Pretas, um evento que reuniu dezenas de mulheres negras ativistas e candidatas ou pré-candidatas nas eleições de 2020. O conteúdo da carta, elaborada pelas participantes, foi inicialmente falado.
A opção pela oralidade veio das tradições compartilhadas pelas pessoas pretas trazidas para o Brasil, que por séculos transmitiram conhecimentos valiosos oralmente. No documento, posteriormente transcrito e publicado em nosso site, estão as necessidades, objetivos e reivindicações de quem briga para ocupar lugares que há muito tempo são de domínio da população branca.
3º Fórum Mulheres Negras e Poder no Nordeste
O 3º Fórum, evento 100% online idealizado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e apoiado pela Oxfam Brasil, funcionou como uma grande reunião de ativistas negras que fazem política. Os acertos e erros das últimas eleições foram revisitados, as dificuldades atuais foram repartidas e os próximos passos idealizados.
O evento contou com a participação de seis mulheres negras eleitas, que dividiram seu conhecimento com suas colegas ativistas e com o público do evento: Viviane Reis (PSOL/AM), Robeyoncé Lima (PSOL/PE), Leninha Alves (PT/MG), Elenizia da Mata (PT/GO), Carolina Iara (PSOL/SP) e Benny Briolly (PSOL/RJ).
Confira o resultado do encontro: Painel 1 e Painel 2
Rádio Juv – A ascensão das mulheres negras
Como parte do Julho das Pretas, lançamos o nono episódio da Rádio Juv, o podcast da Oxfam Brasil. O programa discutiu a ascensão das mulheres negras em diversos segmentos da sociedade. O papo contou com a presença de Jaqueline Fernandes, jornalista e Diretora Geral do Instituto Afrolatinas, e Clara Marinho, mestre em Desenvolvimento Econômico, com concentração em Economia Social e do Trabalho pela Unicamp e Fellow do Programa para Pessoas de Ascendência Africana do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Programa para Pessoas de Ascendência Africana do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A conversa foi rica e cheia de pontos relevantes trazidos por quem trabalha diariamente para promover a ascensão de mulheres negras. Confira o programa aqui.
Série “Sonhar é poder, por todas as rotas”
Nos dias 24 e 25 de julho, como parte da programação do Festival Latinidades, promovido pelo Instituto Afrolatinas, a Oxfam Brasil exibiu a websérie “Sonhar é poder, por todas as rotas”. A série, que é uma realização da Oxfam Brasil, Latinidades Afrolatinas e Odun Filmes, é uma sequência da série Sonho de Preta Conta, também da Oxfam Brasil, e traz a história de seis jovens mulheres negras revisitam suas próprias histórias e inspiram o mundo com reflexão sobre manutenção do poder de sonhar a partir da reformulação de rotas de vida no Brasil de 2021.
Por um Brasil mais Justo e Menos Desigual
Convidamos todas as pessoas que se interessam por um Brasil mais justo e menos desigual a acompanharem nossos próximos conteúdos, no site da Oxfam Brasil e redes sociais. No próximo ano teremos eleições e compartilharemos uma série de conteúdos relacionados à presença de mulheres negras na política.
Vamos juntes!