Foto: Brenda Alcântara/Oxfam Brasil
Em 2019, a Organização das Nações Unidas lançou o Panorama Humanitário Global que indicava que em 2020 mais de 168 milhões de pessoas, em mais de 50 países, precisariam de ajuda e proteção humanitária por motivos como desastres climáticos, doenças infecciosas e conflitos. Isso significa que uma a cada 45 pessoas que vivem no planeta precisam de ajuda humanitária. A previsão é de aumento constante deste número nos próximos anos, chegando a 200 milhões de pessoas em 2022.
São diversas crises que afetam os países, incluindo o Brasil, e contribuem para o aumento do número de pessoas em situação de vulnerabilidade, como a crise dos refugiados e a crise da fome. O número de pessoas em situação de extrema pobreza aumentou nos últimos anos e o número de conflitos armados pelo mundo tem reflexos diretos no aumento do número de refugiados.
A importância do trabalho humanitário
A ajuda humanitária é uma forma de assistência material, moral ou legal prestada para ajudar pessoas que foram impactadas por desastres naturais, guerras, conflitos e até desigualdades sociais. O objetivo do trabalho humanitário é aliviar, levar apoio e ajuda para pessoas em estado de vulnerabilidade social.
O trabalho humanitário muitas vezes é desenvolvido em regiões distantes e inseguras, marcadas por catástrofes naturais ou conflitos armados. O objetivo é apoiar a população local oferecendo assistência social, psicológica, serviços médicos, acampamentos e outras ações emergenciais.
Por sua natureza delicada e importante, a ONU designou o dia 19 de agosto como o Dia Mundial Humanitário, para homenagear todos os trabalhadores que perderam suas vidas na linha de frente das ações humanitárias. Foi escolhido o dia 19 em homenagem a Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro representante especial da ONU, que morreu em um atentado a bomba em Bagdá, no Iraque, em 2003.
A vulnerabilidade social do Brasil
Até o final de 2020 estima-se que sejam mais de 12 mil mortes diárias por fome no mundo, número maior do que as mortes causadas pela pandemia da COVID-19. São 122 milhões de pessoas que já viviam em situações de pobreza extrema e agora passam pela pandemia sem o apoio devido.
O número de refugiados cresceu 50% nos últimos 10 anos e mais da metade são crianças com menos de 18 anos. São 68,4 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo, que ficaram ainda mais vulneráveis durante a pandemia.
Os campos de refugiados, com poucos recursos básicos, não têm estrutura, saneamento e água potável em quantidade suficiente para garantir higienização e segurança alimentar para todos os abrigados neles.
Em paralelo, a perspectiva é de aumento do desemprego em todo o mundo. Segundo projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o desemprego deverá aumentar em 2020 de 8% para 13% em toda América Latina e Caribe, por exemplo.
A pobreza, o desemprego e a fome no Brasil
No Brasil, o número de desempregados entre os jovens de 18 e 24 anos aumentou durante a pandemia, chegando a uma média nacional de 27,1% – a maioria é de mulheres negras e pardas.
Os salários diminuíram e as pessoas passaram a receber cerca de 82% dos rendimentos habituais mensais. Os trabalhadores autônomos chegam a receber apenas 60% do habitual. A população brasileira empobreceu, perdeu empregos e está diante de um cenário de fome.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU já apontava em maio deste ano a preocupação com o retorno do Brasil para o Mapa da Fome. Segundo o economista chefe do Programa, o Brasil teria 5,4 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, podendo chegar a 14,7 milhões ainda este ano. São milhares de pessoas em situação de insegurança alimentar, sem garantias de acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes.
Em 2020, mais de 3,5 milhões de famílias brasileiras tiveram que acessar o auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal para sobreviver durante a pandemia de coronavírus.
Agora, com o programado fim auxílio emergencial a partir de janeiro de 2021, milhares de famílias estão ameaçadas de ficarem sem renda alguma, à beira da fome e pobreza extrema.
A Oxfam diante da crise
A Oxfam é uma das organizações internacionais humanitárias mais reconhecidas no mundo, atuando em emergências e redução de risco de desastres futuros. Nossa ação é focada nas pessoas afetadas por desastres naturais e conflitos levando o apoio necessário como acesso à água potável, saneamento básico, alimento e proteção.
A Oxfam Brasil faz parte da Confederação Oxfam, uma rede global que tem 20 membros e atuação em cerca de 90 países pelo mundo.
Nosso trabalho humanitário consiste em atuar rapidamente quando desastres acontecem. E após o fim da crise, nossas ações continuam por meio de formuladores de políticas para a promoção das mudanças necessárias para melhorar a vida das pessoas afetadas.
No Brasil, iniciamos em 2020 uma ação humanitária emergencial para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade em periferias de quatro capitais brasileiras: Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Estamos à beira da pior crise sanitária e socioeconômica das últimas décadas no Brasil. Para algumas pessoas, lavar as mãos e ficar em casa é suficiente para se proteger. Para a maioria dos brasileiros, não.
Enquanto o surto de Covid-19 é uma ameaça à vida de todos, são os mais pobres e em situação de maior vulnerabilidade que enfrentam os maiores riscos e sofrerão as piores consequências.
A Oxfam Brasil tem como missão enfrentar a pobreza e as desigualdades, em todas as dimensões.
Com seu apoio, podemos alcançar mais e mais pessoas!
A situação gerada pela pandemia é urgente e tende a se agravar para milhares de famílias conforme a crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus se aprofunda.
Nosso objetivo é oferecer ajuda durante quatro meses, para permitir que essas famílias possam se manter e, ao mesmo tempo, impedir que elas sejam empurradas para a miséria e a fome.
Conheça nosso trabalho humanitário e saiba como ajudar!