“Estamos todos juntos nessa e temos que sair juntos também”
Débora Aguiar tem 26 anos e é moradora de uma favela na periferia do Recife, onde vive com o companheiro e as duas filhas. Por causa da pandemia, as crianças, que pertencem ao grupo de risco (têm problemas respiratórios), foram morar com suas famílias paternas.
Débora e seu companheiro estão desempregados e, se não fosse o auxílio emergencial do governo e a ajuda da Oxfam Brasil, já teriam sido despejados porque estavam com dificuldades de pagar o aluguel.
Apesar da situação difícil, Débora ainda encontra tempo para fazer trabalho voluntário, distribuindo cestas básicas para pessoas que, assim como ela, estão em situação de vulnerabilidade. “Nós não temos muito, mas não podemos negar ajuda a quem também está em dificuldades. Todo mundo aqui se ajuda.”
A jovem recifense pondera que antes da chegada da covid-19, mesmo com informalidade, existia a certeza de que alguma renda chegaria. Agora, a falta de perspectiva e de possibilidade de trabalho é o que mais a assusta e preocupa.
“A gente tinha antes a certeza de que a gente ia poder fazer um corre, vendia uma água no sinal ou no ônibus. Com a pandemia, a gente se viu dentro de casa, sem poder sair. E sem renda, veio a fome, a falta de gás, a falta de dinheiro para pagar o aluguel…”
A dura realidade faz com que ela considere difícil sonhar. Mas não impede dela fazer a sua parte e agir para ajudar quem também está em situação de vulnerabilidade. “É uma questão de sobrevivência coletiva. Estamos todos juntos nessa. E vamos sair juntos também.”