O projeto Bairros, Olhares Desiguais e Juventudes: posicionamento das desigualdades multidimensionais na agenda política local dos países em transição, co-financiado pela União Europeia, é uma parceria entre Oxfam Brasil, Oxfam Intermón e Oxfam México que visa demonstrar o papel que a sociedade civil deve desempenhar na agenda de países com desenvolvimento em transição, especificamente, Brasil e México.
O conceito “Desenvolvimento em Transição” designa a maneira abrangente de analisar os desafios enfrentados pelos países da América Latina que atingiram um certo nível de renda per capita, mas que, apesar de seu crescimento econômico, não experimentam necessariamente uma melhoria na qualidade de vida em todas as suas dimensões. Isso ocorre devido a várias lacunas nos processos de desenvolvimento da região. Entre elas, as desigualdades que geraram uma vulnerabilidade histórica e estrutural nas sociedades latino-americanas.
Assim, o projeto é realizado por meio de um trabalho específico sobre a contribuição dos jovens para o debate cidadão sobre as desigualdades urbanas orientadas para as políticas públicas das metrópoles São Paulo e Cidade do México. Os jovens foram escolhidos como foco da ação, pois são os principais atores capazes de gerar uma mudança real na percepção atual das desigualdades.
O combate às desigualdades deve ser uma prioridade na América Latina, um das regiões mais desiguais do mundo, e deve acontecer nos espaços urbanos, mais especificamente em grandes centros como a Cidade do México e São Paulo. São nesses espaços que estão acontecendo as principais tensões e lacunas sociais que afetam diretamente os cidadãos.
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Como Funciona
Os jovens são o centro da ação por serem sujeitos de mudança. É a juventude que, ao longo da história, tem produzido novas perspectivas sobre como lidar com problemas que têm peso na agenda política local e têm a possibilidade de influenciar políticas públicas.
O projeto identifica como sujeitos de mudança:
Mulheres jovens com interseccionalidades (negras e / ou LGTBIQ+) de bairros periféricos e favelas com altos níveis de desigualdade na Cidade do México e São Paulo.
Jovens da classe média e da classe média alta que serão o público-alvo das ações de campanha e a construção de uma contra-narrativa sobre as desigualdades.
Assim, o projeto trabalha com jovens da classe média e alta, que demonstram consciência das desigualdades nos espaços urbanos em que vivem, mas que ainda não deram o salto para se tornarem membros ativos e, acima de tudo, ativistas em seus ambientes.
O projeto também procurará fortalecer grupos de mulheres periféricas negras e / ou LGTBQIA+ em sua liderança e vinculá-los a líderes políticos, da mídia e / ou acadêmicos para localizar e posicionar questões que possam entrar na agenda pública local.
Assim, se por um lado o projeto busca que jovens de classe média posicionem a questão das desigualdades em seu meio ambiente e sejam capaz de incidir, por outro, fortalece mulheres negras periféricas para que sejam capazes de se posicionar como ativista nas redes sociais com ações capazes de influenciar a agenda política e gerar debate entre as partes.
Objetivos
O objetivo geral deste projeto é contribuir para políticas públicas urbanas que reduzam as desigualdades nas cidades dos países de renda média, posicionando a questão diante da opinião pública, a partir de uma abordagem multidimensional. Além disso:
Fortalecer os espaços de diálogo e as capacidades da sociedade civil;
Posicionar a luta contra as desigualdades, a violência de gênero e desenvolver capacidades de resiliência;
Influenciar o debate sobre novos modelos de cooperação para o desenvolvimento da América Latina a partir de objetivos de mudança e a reivindicação do papel das organizações da sociedade civil.