Os grandes supermercados do mundo estão lucrando bilhões ano após ano a um custo muito alto: péssimas condições de trabalho, pobreza e sofrimento para milhões de homens e mulheres trabalhadoras e agricultores em diversas partes do planeta. A situação é tão desesperadora que muitos dos que produzem nossos alimentos mal têm o que comer. Está mais do que na hora de mudar essa realidade.
Os maiores supermercados do Brasil podem e devem reconhecer a situação de vulnerabilidade dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais da fruticultura, especialmente no Nordeste, e assumir um papel de liderança com seus fornecedores para que as frutas vendidas a seus consumidores sejam plantadas e colhidas de forma a contribuir para a dignidade de quem as produz. Diga aos supermercados que você quer frutas livres de sofrimento humano e com sabor de dignidade!
Este projeto teve apoio da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA).
Metade das mulheres e homens que atuam nas cadeias do melão, uva e manga no Vale do São Francisco e Rio Grande do Norte trabalham apenas durante alguns meses no ano. Com isso, mal conseguem a renda necessária para ter uma vida digna. Não à toa estão entre os 20% mais pobres do Brasil.
Mesmo empresas que têm certificações de excelência falham em oferecer instalações apropriadas para que seus trabalhadores possam fazer suas refeições, descansar ou fazer a higiene pessoal.
Os trabalhadores da fruta vivem em constante risco de contaminação por agrotóxicos. O Brasil é um dos países campeões mundiais no uso desses venenos agrícolas, muitos dos quais já proibidos em diversos países. Isso representa um imenso risco à vida de homens e mulheres no campo.
Além de terem menos oportunidades de trabalho e ganharem menos do que os homens, as mulheres têm seus direitos constantemente desrespeitados, principalmente as que estão grávidas e têm filhos pequenos.