Em seu quarto e último discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, realizada nesta terça-feira (20/9) na sede da organização em Nova York, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro mais uma vez usou o evento como palanque político para falar aos seus eleitores.
Tecendo loas aos supostos feitos de seu governo, Bolsonaro deixou de falar ao mundo, uma vez mais, como o Brasil se coloca diante dos muitos desafios que o país e o mundo enfrentam. Nem uma palavra sobre o necessário enfrentamento às desigualdades, fome, mudanças climáticas e violência política, entre outros.
Bolsonaro escondeu dos líderes globais presentes o boicote que promoveu à vacinação durante a pandemia de covid-19, que matou quase 700 mil brasileiras e brasileiros; a fome que atinge mais de 33 milhões de pessoas no país; e o crescente desmatamento na Amazônia (aumento de quase 60% em seu governo).
Um discurso completamente fora de sintonia do que se espera de um líder político em Assembleia-Geral da ONU, desconectado com a realidade brasileira ou global, que recebeu aplausos protocolares ao final.
Bolsonaro mostrou mais uma vez que não entendeu seu papel como líder de uma nação que já se orgulhou de ser exemplo para o mundo no combate às desigualdades, pobreza e fome. Fez discurso de candidato às eleições brasileiras quando se esperava, em vão, uma fala de estadista – algo que ele não é e não sabe ser.