Um mês depois da destruição provocada pelo ciclone Idai no Sudeste da África, a Oxfam e organizações parceiras locais ainda estão encontrando milhares de pessoas isoladas em Moçambique, sem acesso a ajuda ou resgate.
Dias atrás, equipes da Oxfam fizeram uma difícil viagem de 24 horas de carro, moto e barco para comunidades isoladas em Zambézia, na província de Beira. A equipe encontrou cerca de 2 mil pessoas em Gentivo em situação desesperadora, além de outros 4 mil habitantes sem acesso a serviços básicos. A comunidade não consegue contato algum com o mundo exterior e está sobrevivendo à base de cocos e pequenos peixes que conseguem pegar nos rios próximos.
Dorothy Sang, da nossa equipe de ajuda humanitária, está no local e afirma que a ideia agora é enviar suprimentos básicos em Gentivo por meio de aviões. “A tragédia é que Gentivo não é uma exceção. Sabemos que há muito mais pessoas sem acesso a qualquer tipo de ajuda na região.”
Sang afirma que a situação é drástica e que há um grande risco agora dessas pessoas serem esquecidas. “Não são regiões que estão entre as mais afetadas pelo desastre, mas as pessoas já estão vivendo na pobreza crônica e agora enfrentam um grande desafio para sobreviver.”
Juntamente com parceiros locais, já atendendemos mais de 50 mil pessoas em Moçambique com água potável, suprimentos de emergência e atividades públicas de saúde para impedir uma epidemia de cólera na região. Já foram registrados mais de 4 mil casos de cólera até o momento. Mas com um número estimado de 1,85 milhão de pessoas afetadas pelo ciclone, muitas das quais permanecem em locais isolados, e a falta de financiamento internacional para a ajuda humanitária, milhares de pessoas podem não receber a ajuda emergencial de que precisam.
“Muitas pessoas de diversos países já contribuíram generosamente para que pudéssemos agir rapidamente e oferecer o máximo de ajuda a quem mais precisa”, agradece Sang. “No entanto, passado um mês, ainda estamos levantando a extensão desse desastre. Alguns lugares parecem com zonas de guerra. E os recursos humanitários estão se esgotando!”
As agências de ajuda humanitária pediram cerca de US$ 280 milhões a governos de todo o mundo para financiar os trabalhos de emergência na região, mas eles prometeram apenas US$ 60 milhões. “Se não conseguirmos logo os recursos, milhares de pessoas ficarão esquecidas em situação desesperadora”, afirma Dorothy Sang.
“O escândalo e a tragédia – como sempre – é que as comunidades mais pobres são as que mais sofrem. A comunidade internacional precisa se solidarizar com aqueles mais afetados e dar o financiamento necessário às organizações que estão no local no momento, incluindo organizações locais que têm os meios para alcançar as pessoas.”
Você pode fazer a diferença. Nos ajude a dar alívio e esperança a milhares de pessoas em Moçambique!