A discriminação sistemática contra meninas e mulheres é tanto uma das causas como um dos resultados das desigualdades. Cada vez mais, ela é agravada por outros fatores, como de classe social, raça, etnia, orientação sexual e idade, assim como o fundamentalismo religioso.
Nos últimos anos, tivemos o reconhecimento amplo de que o cumprimento dos direitos das mulheres é necessário para se atingir a justiça social. Também progredimos na garantia dos direitos das mulheres nas últimas décadas, mas elas continuam tendo os direitos violados. Da mesma forma, a desigualdade extrema em todo o mundo tem impacto sobre a vida das mulheres.
A desigualdade que as mulheres enfrentam na sociedade significa, na prática, que elas têm menos acesso à terra, a recursos financeiros, à tomada de decisão, à proteção contra a violência, aos espaços políticos e a direitos básicos como saúde.
Dados recentes apontam que:
– Na média global, as mulheres ganham 23% a menos que os homens. Em países em desenvolvimento, a taxa de informalidade entre as mulheres chega a 75%.
– Se nada mudar, será necessário um período de 170 anos para que mulheres e homens que ocupam os mesmos cargos recebam os mesmos salários.
– 155 países têm ao menos uma lei que priva mulheres de direitos econômicos. Em 18 desses, os homens podem legalmente proibir que suas mulheres trabalhem fora de casa e em 100 as mulheres não são permitidas a fazer os mesmos trabalhos que os homens.
– Em todo o mundo, 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência física ou sexual, na maioria pelo parceiro. Em 46 países, não há nenhuma legislação contra a violência doméstica.
No Brasil, a realidade não é diferente, e fica ainda mais agravada quando analisados os dados referentes às mulheres negras:
– As mulheres negras constituem 27,7% da população brasileira. Também representam o principal grupo de pessoas pobres: 7,4% delas vivem em extrema pobreza, 34% vivem na pobreza e 53% estão em situação de vulnerabilidade
– 53,6% das famílias chefiadas por mulheres no Brasil têm à frente mulheres negras
– As mulheres negras são o grupo com menos representação política no Brasil – foram eleitas para prefeitas em apenas 3% dos municípios brasileiros.
– De todas as mulheres assassinadas anualmente no Brasil, 64% são negras.
Está na hora de mudar esta realidade. A Oxfam Brasil acredita na necessidade urgente de igualdade entre homens e mulheres em todas as esferas – na economia, na política, nas estruturas familiares e sociais. Isso significa não apenas aprimorar as leis e políticas existentes, mas também transformar as sociedades.
Junte-se a nós. Assine nossa petição por uma sociedade com menos desigualdade entre homens e mulheres.