Lançado no último dia 17/4, a 38a. edição do Caderno de Conflitos no Campo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revela o estado de violência e desrespeito a direitos fundamentais de milhões de trabalhadoras e trabalhadores rurais, defensores do meio ambiente, lideranças indígenas e quilombolas Brasil afora em 2022.
Os dados apresentados pela publicação são divididos em três categorias – terra, água e trabalho – e mostram que o Brasil ainda está longe de resolver suas questões agrárias.
Em 2022, foram registrados 47 assassinatos por conflito agrário no país, 33 deles na Amazônia (mais de 70% dos casos). O total de mortes é 30% maior do que o registrado em 2021. O total do número de ameaças de morte aumentou ainda mais: 43%.
Conflitos por terra aumentaram em todo o país
O total de ocorrências de conflitos por terra no Brasil em 2022 (1.572) aumentou 16,7% em relação ao ano passado, atingindo mais de 180 mil famílias em todo o país. A região Norte concentra o maior número de ocorrências: 626 casos. Dos cinco estados com elevados índices de conflito por terra, quatro estão na Amazônia Legal (Maranhã, Pará, Amazonas e Mato Grosso). E do total de ocorrências, quase 30% envolvem povos indígenas.
Outra situação alarmante evidenciada pelo caderno Conflitos por Terra no Brasil é a exposição de famílias aos agrotóxicos. Quase 7 mil delas foram atingidas pela aplicação dos defensores agrícolas no campo, um aumento de 86% em relação a 2021 – é o maior número registrado pela CPT desde 2010.
Para mais detalhes sobre o caderno Conflitos por Terra no Brasil, acesse o site da CPT.