Foto: André Teixeira/Oxfam Brasil
Como defender a democracia e combater as desigualdades sociais estruturais do Brasil, que ficaram ainda mais escancaradas na pandemia? Para o filósofo, cientista social e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), defender a democracia é combater as desigualdades sociais.
“No mundo, os regimes autoritários são onde as desigualdades mais crescem”, completou Marcos.
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Uma ampla frente a favor da democracia
O presidente do Cebrap defende uma ampla frente a favor da democracia. “Muita gente está paralisada porque está esperando alguém fazer alguma coisa. Mas essa luta é nossa, de cada um de nós. Partidos e instituições só se mexem se a gente se mexer”.
Segundo ele, é preciso convencer as pessoas que nem aprovam nem rejeitam o atual governo sobre o projeto autoritário do presidente Bolsonaro e da gravidade que isso representa. “Precisamos trazer mais pessoas para a rejeição a este governo. A indignação vai mudar as instituições e os partidos”.
A importância do ativismo
Anielle Franco reforçou o ponto de vista de Marcos Nobre ao falar sobre a importância do ativismo. “Eu cresci vendo minha mãe e minha irmã servindo de escudo para eu poder entrar e sair da escola na favela da Maré. Quando criei o Instituto Marielle, fui obrigada a estar à frente de um ativismo que não tinha antes, porque atuava nos bastidores”, contou.
E, segundo ela, o ativismo cresceu com a pandemia. “Neste momento estamos fazendo um ativismo de sobrevivência. Tem que botar comida na mesa da galera negra porque eles estavam sem. Na favela a gente tem várias guerras. Estamos muito cansados de ter corpos tombados dentro da favela. E é sempre um corpo negro. Ou a gente morre de tiro, ou de fome, ou de Covid. E precisamos lugar contra isso”.
Kátia Maia, diretora da Oxfam Brasil, concorda. “A nossa sociedade naturalizou o extermínio da juventude negra e as desigualdades sociais”.
Sobre o caso Marielle
Anielle também falou sobre a prisão, nesta quarta (10/06), do bombeiro que teria ajudado os supostos assassinos de Marielle a ocultar as armas usadas no crime.
“A família tem as mesmas informações que a mídia. Acredito que a prisão do bombeiro é mais um passo dado. Ainda queremos saber quem foi que mandou matar e porquê. A gente tem desconfiança, mas não sabe os motivos. O que sabemos é que foi um feminicídio político. É um crime político”.