A campanha Por Trás do Preço conseguiu uma excelente vitória esta semana: o maior supermercado da Holanda, o Albert Heijn, anunciou que vai exigir maior compromisso em relação aos direitos das mulheres, salários dignos e transparência das empresas de sua cadeia de fornecedores em todo o mundo. A iniciativa foi comemorada pela Oxfam Novib, que pretende monitorar os passos dados pela rede holandesa, para conferir se os compromissos assumidos estão mesmo sendo cumpridos.
“É muito bom ver que o Albert Heijn, maior supermercado holandês, está finalmente assumindo responsabilidade pelas pessoas que trabalham em suas cadeias de fornecedores e são, frequentemente, vítimas de exploração”, afirma Michael Servaes, diretor executivo da Oxfam Novib.
A rede Albert Heijn reconheceu que tem parte da responsabilidade pelas violações de direitos trabalhistas e humanos em sua cadeia de fornecedores, e por isso se compremeteu a alinhar seus objetivos comerciais à necessidade de melhorar o respeito aos direitos humanos em seus negócios.
A empresa também se comprometeu a promover avaliações anuais de impacto em direitos humanos em sua cadeia de fornecedores, especialmente em relação a baixos salários, baixa renda de agricultores e direitos das mulheres. Para tanto, contará com o apoio de sindicatos, agricultores e sociedade civil, além de desenvolver planos de ação para compartilhar os resultados do trabalho realizado.
Outra iniciativa anunciada é a publicação de um mapa de todos os seus fornecedores e respectivos países de origem, além de melhorar os mecanismos de denúncias e reclamações e providenciar compensações para quaisquer violações de direitos humanos que sejam identificadas.
A Oxfam Novib informou ainda que está em negociações com outro gigante do setor de varejo, a rede Jumbo de supermercados, para fechar um acordo similar ao acertado com o Albert Heijn.
Essa vitória na Holanda é um golaço da campanha que lançamos em junho de 2018 para pressionar os grandes supermercados (especialmente da Europa e dos Estados Unidos) a assumirem responsabilidade em relação ao desrespeito (humano, trabalhista e financeiro) que milhões de trabalhadores e agricultores sofrem para produzir a nossa comida. O relatório que publicamos no início da campanha, “Hora de Mudar – Desigualdade e sofrimento humano nas cadeias de fornecimento dos supermercados”, revela como o modelo de negócio desses supermercados contribui para o sofrimento humano, a pobreza, a discriminação contra as mulheres, as péssimas condições de trabalho e baixos salários.
Em setembro, apenas três meses depois de lançada a campanha, obtivemos outra grande vitória: a rede Lidl, maior supermercado alemão e terceiro da Europa, anunciou que suas lojas na Alemanha e na Suíça passariam a vender apenas bananas produzidas de acordo com regras de comércio justo (‘fairtrade’). Basicamente, isso significa que a banana vendida nos mais de 10 mil estabelecimentos da rede alemã são fruto de boas condições de trabalho e produção.
Vamos continuar a pressionar os grandes supermercados do mundo a adotarem mais transparência sobre a procedência dos alimentos que vendem para evitar que ela seja fruto de sofrimento humano, pobreza e discriminação. Você pode fazer parte desse movimento!
Assine a nossa petição para juntos acabarmos com o sofrimento humano na produção de alimentos.