A Oxfam Brasil e o coletivo TV Doc Capão, produtora de vídeos do Capão Redondo (zona sul de São Paulo, lançaram nesta quinta-feira (11/3)l o documentário curta-metragem A Conta Fica Para a Juventude, com depoimentos de jovens de periferias de São Paulo sobre o impacto da pandemia de coronavírus sobre suas vidas.
Lançado no aniversário de 1 ano da declaração oficial pela OMS da pandemia de covid-19, o documentário revela como as crises sanitária e econômica ameaçam o futuro da juventude e da sociedade brasileiras. A ideia é destacar que os jovens brasileiros estão pagando um preço alto pelo descaso das autoridades.
O filme reúne histórias de jovens de periferias de São Paulo e suas angústias em relação à pandemia. O retorno da fome, o aumento das mortes e enfermidades, o desemprego, a falta de condições adequada para os estudos e as incertezas sobre seus futuros são algumas das principais preocupações dos jovens entrevistados.
Com as atividades educacionais ainda não normalizadas, devido às medidas de segurança necessárias durante a pandemia, a atual geração de jovens do país está ameaçada de ficar sem as condições necessárias de inserção no mercado de trabalho. Hoje, a taxa de desemprego entre jovens de 18 e 29 anos é de mais de 30%.
“Estamos vendo, de maneira dramática, uma geração inteira de jovens sofrendo com diferentes desigualdades, e essa situação foi ampliada pela pandemia. Os jovens estão impedidos de construírem planos de futuro e sonhar”, afirma Tauá Pires, coordenadora da área de Juventudes, Raça e Gênero da Oxfam Brasil.
“As periferias sofrem mais com a crise do coronavírus, isso é inegável. Os efeitos da crise estão sendo sentidos agora, e serão parte da realidade do Brasil por um longo período de tempo”, afirma André Luiz, do coletivo TV Doc Capão. “O objetivo deste documentário é mostrar, a partir do olhar do jovem, as suas perspectivas sobre quais passos o Brasil precisa tomar para sair dessa crise. A conta está ficando com a juventude. E quem vai pagar essa fatura? O jovem rico ou pobre?”
O documentário curta-metragem foi produzido ao longo de 2020 seguindo todos os protocolos de segurança e sanitários para evitar o contágio por covid-19. Não houve caso algum de contágio por covid-19, nem dos entrevistados, nem da produção, durante as gravações.
Participam do documentário:
Amanda Monique tem 25 anos, é líder comunitária da região do Jabaquara, moradora da Favela da Coreia, na zona sul de São Paulo. Responsável pela campanha Covid Coreia, que propõe o direito à alimentação e assistência social na região. Foi orientadora socioeducativa nos equipamentos do SUAS.
Bruna Carvalho (25 anos) e Felipe Datti (28 anos) fazem parte do Expinafru, empreendimento familiar que oferece alimentação à base de vegetais e educação por meio de consultoria e produção de conteúdo.
Isaac de Souza, de 27 anos, foi um dos fundadores do coletivo Núcleo de Jovens Políticos da zona sul de São Paulo. Foi o conselheiro mais jovem e mais votado no distrito do Jardim Ângela. Em 2015, iniciou o projeto Clube de Leitura “Quilombo Mirim”, em parceria com a editora Companhia das Letras e Gestão da Escola, ganhando o prêmio Nacional – Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro.
Mariana Resegue, jornalista e fotógrafa, consultora e facilitadora em projetos de organizações como Greenpeace e Instituto Ethos, secretária executiva do grupo Em Movimento.
Matheus Cardoso tem 26 anos, é engenheiro e empresário, pós graduado e mestre em empreendedorismo social, doutor em inovação social. Empreendedor do @Moradigna. Sócio consultor e palestrante de inovação na @FábricadeCriatividade. Reconhecido pela @Forbes como um dos jovens mais influentes do Brasil #30under30. Pai da Isabela.
Tamiris America tem 24 anos, é jornalista e co-autora do livro Vozes do Vagão – Quem São os Vendedores Ambulantes do Metrô e CPTM de São Paulo. Apaixonada pela escrita e pelo jornalismo literário atualmente faz parte do time de marketing da FC Nuvem.
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