O presidente da República age com irresponsabilidade e de maneira inconsequente em meio a uma das maiores crises que o país já viveu. Ele atua de forma contrária “aos limites razoáveis do regramento democrático e do decoro do cargo”.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (25/3), mais de 60 organizações da sociedade civil, entre elas a Oxfam Brasil, afirmam que o presidente Bolsonaro vem incessantemente demonstrando “sua sanha autoritária”. Com isso, ele demonstra ter aspiração de governar sem o contraponto e a cooperação do Parlamento, do sistema de Justiça, da imprensa livre e da sociedade civil organizada”.
A cada pronunciamento, o presidente da República evidencia seu “descompromisso com a preservação da vida da população brasileira”. Assim, ele desacredita iniciativas dos governos estaduais e municipais para conter a pandemia de coronavírus no país.
“Ele afronta e busca destruir os pilares mais elementares da convivência em sociedade: o respeito e a solidariedade humana. A postura do presidente Jair Bolsonaro frente à pandemia da Covid-19 é inconsequente e inaceitável. Seu pronunciamento na noite de 24 de março atesta sem margem para dúvidas sua incompatibilidade com o cargo que ocupa, desprovido de premissas básicas de humanidade, empatia, e incapaz de produzir cooperação e honrar o compromisso de promover o bem-estar dos seus concidadãos e concidadãs.”
Presidente optou pela ignorância e barbaridade
As organizações que assinam a nota pedem que setores e instituições democráticas da sociedade brasileira devem repudiar “de maneira veemente” a conduta de Bolsonaro. O presidente age com irresponsabilidade, tendo optado por “trilhar o caminho da ignorância e da barbaridade”.
A nota diz ainda que é preciso que o Ministério da Saúde, o Congresso, e os governos estaduais e municipais mantenham as orientações de isolamento social. Além disso, é preciso que canalizem todos os recursos para a prevenção e enfrentamento da pandemia no país. Também devem priorizar os setores mais vulneráveis da sociedade.
Sendo assim, todos os esforços neste momento têm que estar voltados para a união dos atores sociais e políticos do país.
“Nada é mais importante do que a preservação de nossas vidas neste momento, sem distinção”.