O curta-documentário Uma Geografia das Desigualdades, um projeto da Oxfam Brasil com direção de Day Rodrigues, foi um dos destaques da 13a. Mostra de Filmes Brasileiros de Consciência Social iniciada neste domingo (27/11) no Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo.
O filme, de 2019, foi exibido na sessão de curtas-documentários juntamente com os filmes “Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Penha de Souza; “33421”, de Bruno Martins; “Rosa de Aroeira”, de Monica Mac Dowell; “Você já Tentou Olhar nos Meus Olhos”, de Tiago Felipe; e “Alagbedé”, de Safira Moreira.
Exclusão nos espaços urbanos
Uma Geografia das Desigualdades leva o espectador a uma reflexão sobre a exclusão social nos espaços urbanos, em uma conversa entre a diretora Day Rodrigues e a arquiteta e urbanista Joice Berth pelas ruas de São Paulo. Atualmente, 84% da população do Brasil vive em áreas urbanas e mais de 11 milhões de pessoas moram em favelas.
“Os filmes exibidos hoje mostram o lugar que as mulheres negras ainda habitam na sociedade brasileira”, afirmou a diretora Day Rodrigues, após a sessão. “Ainda estamos muito longe de reconhecer quais políticas são necessárias, seja no campo privado, seja no campo público, para que mulheres negras não estejam sendo simplesmente objetivo de estudo, para que elas possam protagonizar essa história.”
Segundo Bruni Tavares, curador da mostra, foram privilegiados filmes com diferentes olhares, histórias não contadas, que precisam de maior protagonismo. “A lógica da Mostra é apresentar essas histórias como um fio condutor para que as pessoas saiam daqui fazendo uma reflexão”, afirmou.
Interesse internacional
“O filme Uma teve uma recepção muito boa também na exibição em Chicago. As pessoas lá fora estão muito interessadas em conhecer pensadoras negras, como Joice Berth e Conceição Evaristo, apresentadas na Mostra.” revelou Bruno.
Day Rodrigues comentou ainda sobre a atual conjuntura: “Foi muito duro o que vivemos nos últimos quatro anos, as desigualdades se ampliaram muito. E para que a gente possa enfrentar isso, as mulheres negras precisam fazer parte do audiovisual, das artes, de todos os espaços”.
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