Foto: ONU
Um grande incêndio ocorrido nesta segunda-feira (22/3) destruiu uma parte do campo de refugiados Cox’s Bazar, em Bangladesh, matando 15 pessoas, deixando 560 feridos e cerca de 45 mil pessoas desabrigadas, em situação de extrema vulnerabilidade. Elas precisam urgentemente de comida, água potável e serviços sanitários. O campo é ocupado por milhares de famílias da etnia rohingya que fugiram de Myanmar devido à perseguição e violência política e religiosa.
O incêndio começou durante a madrugada e se espalhou rapidamente durante horas pelo local, destruindo milhares de barracas de lona e bambu. Informações locais indicam que há centenas de desaparecidos.
“Nas áreas mais afetadas pelo incêndio, pouco sobrou além de cinzas e utensílios de metal de cozinha, como panelas. O nível de destruição foi muito grande, nunca tínhamos visto algo parecido”, afirmou Enamul Hoque, que lidera a equipe de ajuda humanitária da Oxfam no Cox’s Bazar.
“Estamos profundamente preocupados com a segurança e bem-estar das famílias desabrigadas pelo incêndio. O fogo destruiu praticamente toda a infraestrutura existente no campo, como poços de água potável e equipamentos sanitários. As famílias precisam urgentemente de alimentos, água potável e banheiros.”
Crianças desaparecidas e risco de contaminação por covid-19
Voluntários rohingya da Oxfam que atuam no campo de refugiados foram os primeiros a atuar no combate ao incêndio. Em seguida chegaram caminhões-pipa. As cercas de arame farpado em volta do Cox’s Bazar dificultaram a ação dos voluntários e também a fuga dos refugiados.
A Oxfam vai trabalhar com parceiros locais para distribuir sabão, alimentos e equipamentos como lanternas aos desabrigados, e vai ajudar na reconstrução dos equipamentos sanitários.
O campo de refugiados de Cox’s Bazar está superlotado, com mais de 1 milhão de pessoas, e é considerado hoje o maior do mundo. Os desabrigados pelo incêndio foram deslocados para outras áreas do campo que já estavam cheias, o que aumenta o risco de contaminação das pessoas por várias doenças, inclusive covid-19.
Com o incêndio, muitas crianças foram separadas de suas famílias. Devolver as crianças a suas mães e pais tem sido uma das prioridades no momento, bem como monitorar as condições de segurança e higiene dos desabrigados.
Saiba mais aqui sobre a crise dos refugiados rohingyas.