O Leste da África vive pior infestação de gafanhotos em décadas. Milhões de insetos estão varrendo as lavouras na Etiópia, Quênia e Somália, e a previsão é que até junho deste ano cheguem até Uganda e Sudão do Sul. As regiões atingidas têm níveis recordes de insegurança alimentar, algumas passaram recentemente por duros períodos de seca, outras por grandes inundações. Sendo assim, a Oxfam alerta que milhões de pessoas nessas áreas correm o risco de passar fome se os enxames de gafanhotos não forem controlados imediatamente.
Segundo Lydia Zigomo, diretora regional da Oxfam na África Oriental e Central, há mais de 25 milhões de pessoas passando fome atualmente na região. “Por isso, essas infestações de centenas de milhões de gafanhotos precisam ser rapidamente contidas antes da próxima safra, de março a julho.”
O tamanho da devastação
A escala de devastação é alarmante. Uma grande praga de gafanhotos pode conter até 150 milhões de insetos por quilômetro quadrado. Um milhão de gafanhotos pesam aproximadamente duas toneladas e podem comer tanto em um dia quanto 20 elefantes, 50 camelos ou 5 mil pessoas. Coletivamente, os gafanhotos podem destruir cerca de 200 toneladas de vegetação por dia.
Além disso, a situação fica ainda mais dramática devido à crise climática. Com pouca opção de alimento, os gafanhotos estão se alimentando das plantações ainda em crescimento, o que não é comum para a espécie. Isso pode arruinar as novas colheitas de alimentos.
“Dependemos do gado e, se não houver pastagem para o gado, a vida será difícil para nós, pedimos ajuda urgente.”, disse Mohammed Hassan Abdille, agricultor de Bura Dhima, no Quênia.
Ajuda urgente
A Oxfam está preparando suas operações humanitárias no Leste da África para enfrentar a infestação de gafanhotos. Para isso, trabalhará em colaboração com parceiros e comunidades locais. O objetivo é atingir mais de 190 mil das pessoas em vulnerabilidade com auxílio financeiro, alimentos para animais, sementes e serviços de saúde.
Serão necessários US$ 5 milhões para essa resposta humanitária. Por isso estamos convocando pessoas em todo o mundo a colaborarem com esse trabalho.