Em abril de 2015, o Nepal foi atingido por um forte terremoto que deixou quase 9 mil mortos, 22 mil pessoas feridas e mais de 100 mil desalojados. A destruição estava por toda parte, alterando para sempre a vida de quase oito milhões de nepaleses que sobreviveram ao terremoto. A Oxfam esteve desde o primeiro momento ao lado dos que precisavam de apoio e ajuda, oferecendo meios para que milhares de famílias pudessem refazer suas vidas após a catástrofe.
A Oxfam atua no Nepal há 20 anos, e foi justamente isso que permitiu à organização responder de prontidão e estar do lado das pessoas mais vulneráveis no momento em que o terremoto provocou tanta destruição. A prioridade era proporcionar um lugar seguro às famílias sobreviventes antes que chegasse a temporada de chuvas e dar meios para que elas pudessem enfrentar o intenso frio da região. O trabalho da equipe da Oxfam no Nepal também incluía o fornecimento de água potável, alimentos, instalação de refúgios temporários e banheiros, para evitar o surgimento de epidemia de doenças. Nesta fase de emergência chegamos a atender mais de 400 mil pessoas.
Na segunda fase, de recuperação, nos concentramos em reconstruir sistemas comunitários de água potável e assegurar meios de vida sustentáveis para a população. Trabalhamos em planos de preparação em casos de desastre com o governo local e as comunidades. Com isso, passamos a atender mais de 600 mil pessoas.
O terremoto devastou a economia nepalesa. Houve graves danos causados às residências, ruas e estradas, e sistema de água e saneamento, com grande impacto negativo sobre a população. De 2015 a 2017, contribuímos com diversas iniciativas para dar às pessoas mais vulneráveis meios para que pudessem comprar alimentos e tivessem um trabalho temporário para garantir renda para as necessidades mais urgentes.
Esses trabalhos remunerados se concentraram na reconstrução dos sistemas de irrigação, estradas rurais e centros de armazenamento de colheitas. Os salários eram iguais para homens e mulheres.
Trabalhamos intensamente com as comunidades afetadas, instalando ou reabilitando sistemas de água, construindo moradias e banheiros nas escolas, e fazendo palestras e oficinas para explicar a importância de se garantir o máximo de higiente e limpeza nos lugares para evitar o surgimento de doenças.
Foram quase 30 mil famílias beneficiadas com salários pelo trabalho comunitário e mais de 40 mil famílias recebendo apoio econômico para a aquisição de bens básicos.
Bimala Balami tem 27 anos e vive em Dachi Nkali (distrito de Katmandú, no Nepal). “Depois do terremoto, a gente não sabia como fazer para ganhar a vida. Recebi um salário em troca de trabalhar na reconstrução de um canal de irrigação. Foi de grande ajuda para as mulheres porque agora podem manter suas famílias.”
Muna Tamang passava cinco horas por dia coletando água antes do terremoto. Com o sismo, a fonte secou. Com a recuperação do sistema de água, Muna agora tem novamente água potável próximo de casa. “Não posso imaginar como seria viver aqui se a fonte não tivesse sido recuperada. A vida teria ficado muito difícil.”