Um crime bárbaro chocou o Brasil na noite desta quarta-feira (14/3). A vereadora e ativista dos direitos humanos, Marielle Franco, foi assassinada na região central do Rio de Janeiro em uma evidente situação de execução premeditada. O motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes, também morreu.
Marielle voltava para casa de uma atividade realizada com jovens e mulheres negras, a Roda de Conversa Mulheres Negras Movendo Estruturas, também no centro do Rio, quando homens em um carro pararam ao seu lado e efetuaram os disparos. Marielle foi atingida por tiros na cabeça. Ela e o motorista morreram no local. Uma assessora de Marielle que também estava no carro foi atingida por estilhaços, mas conseguiu escapar com vida.
O assassinato da vereadora do PSOL, quinta mais votada para a Câmara do Rio de Janeiro, é um atentado frontal aos direitos humanos e à sociedade como um todo. Mulher negra, criada na Favela da Maré, socióloga e defensora dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias, Marielle era incansável na luta por justiça. Sempre teve uma atuação firme na denúncia da violência policial contra moradores de comunidades cariocas, frequentemente alvos da brutalidade da qual agora ela foi vítima, e havia recentemente assumido a relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública daquela cidade.
No último domingo (11/3), Marielle Franco denunciou uma truculenta ação policial na favela de Acari, na zona norte do Rio. Em sua conta no Facebook, a vereadora escreveu: “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior.”
Sua execução é um ato bárbaro que não pode passar impune. Vivemos tempos difíceis, com o aumento assustador da violência nas cidades, comunidades e campo, principalmente contra jovens e mulheres negros e negras. O índice de violência e assassinatos contra essa parte da nossa sociedade está sendo banalizado no país. A vida de Marielle Franco, tirada de forma tão brutal, é emblemática para todas e todos que querem um Brasil mais justo e igualitário.
O Estado tem a obrigação de investigar e punir os responsáveis por esse crime. A população pobre e marginalizada do nosso país não pode seguir sendo violentada.
Marielle, sua luta não foi em vão! Estamos todas e todos ao seu lado – ontem, hoje e sempre!
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