O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro conhecido como Beto, por dois seguranças da loja Carrefour em Porto Alegre (RS) na noite desta quinta-feira (19/11) – véspera do Dia da Consciência Negra – foi mais um ato bárbaro que nos indigna e exige punição exemplar dos responsáveis.
“A violência que tirou a vida de João Alberto é mais um exemplo do racismo estrutural que a população negra brasileira enfrenta todos os dias no país”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
A resposta do Carrefour indicando que vai demitir funcionários e cortar contratos não é uma resposta que busca uma transformação antirracista da instituição Carrefour. O racismo é estrutural e sistêmico, não se trata do comportamento moralmente condenável de um indivíduo ou outro. Se as instituições não se transformarem, os casos continuarão ocorrendo.
No Brasil, 56,1% dos 210 milhões de habitantes se declaram pretos ou pardos, segundo o IBGE, e são vítimas de um racismo diário que mata, exclui e condena à pobreza e violência.
Na última década, a taxa de homicídios em geral contra negros cresceu 11,5%, enquanto a da minoria branca caiu 12,9%, segundo o Atlas da Violência divulgado em 2020.
A Oxfam Brasil se solidariza com a família de João Alberto e exige que as autoridades e o Carrefour tomem as medidas necessárias para que isso nunca mais se repita.