A Oxfam Brasil participou no último dia 26 de abril do primeiro encontro de trabalhadoras rurais que atuam na cadeia produtiva do café, no qual as muitas dificuldades que elas enfrentadas no campo foram compartilhadas e discutidas. O encontro, realizado em Caxambu (MG), recebeu 40 trabalhadoras rurais do Sul e do Norte de Minas Gerais, e representantes de diversas organizações, como a Articulação dos Empregados Rurais Assalariados (Adere), Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), Oxfam Brasil, Repórter Brasil e Conectas.
Durante o encontro, as trabalhadoras rurais compartilharam algumas das principais violações a seus direitos, como a dificuldade em terem a carteira de trabalho assinada, a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a exposição a agrotóxicos. Presentes também ao encontro, auditoras fiscais do trabalho explicaram a legislação trabalhista e indicaram alguns canais para denúncias.
“Muitas trabalhadoras rurais estavam participando pela primeira vez desse tipo de encontro e ressaltaram a vontade de participar dos próximos encontros para saberem mais sobre os seus direitos e se fortalecerem coletivamente”, afirmou Selma Gomes, coordenadora de Justiça Climática e Amazônia da Oxfam Brasil que participou do encontro.
A Oxfam Brasil lançou em 2021 o relatório Mancha de Café, que revelou uma rotina de violações de direitos básicos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariados que atuam nas plantações de Minas Gerais – de trabalho análogo à escravidão a baixos salários e falsas promessas.
O relatório mostra também a responsabilidade direta de grandes supermercados, cooperativas e outras empresas na situação em que se encontram esses trabalhadores e trabalhadoras assalariados.
Você pode ajudar a mudar essa situação.
Peça aos grandes supermercados brasileiros – Pão de Açúcar, Carrefour e Grupo Big – que façam a sua parte! Assine nossa petição!
As trabalhadoras rurais que participaram do encontro em Caxambu são moradoras dos municípios de Conceição do Rio Verde, Carmo da Cachoeira, Ibiraci e Três Pontas, no Sul de Minas, e quilombolas e trabalhadoras rurais de Chapada do Norte.
Estiveram presentes mães solteiras, avós que criam os netos, dirigentes de sindicatos rurais, presidentas de associações comunitárias, mulheres que sempre trabalharam na lavoura e depois dos 40 anos voltaram a estudar, jovens trabalhadoras rurais, entre outras.