A morte de pelo menos 58 palestinos ontem (segunda-feira, 14/5) em Gaza por forças militares de Israel é condenável e a comunidade internacional tem que agir urgentemente e com firmeza para acabar com a violência na região. Em nota divulgada nesta terça-feira (15/5), a Oxfam afirma que as mortes devem ser investigadas imediatamente, e de forma independente, para avaliar se leis internacionais foram desrespeitadas e levar os culpados à Justiça.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos criticou Israel pelo uso indiscriminado da força contra manifestantes desarmados – os palestinos estão há seis semanas protestando pelo acesso a terras que eram suas antes de 1948, ano de fundação do Estado de Israel – que completou 70 anos na segunda-feira (14/5), dia do massacre. O ataque aos manifestantes se deu diante da cerca de segurança que separa Israel e o território de Gaza. Os soldados israelenses usaram balas reais e de borracha e drones espalhando gás lacrimogênio. Os palestinos respondiam com paus e pedras
A Oxfam, que atua em Gaza providenciando comida, água potável e saneamento para cerca de 260 mil palestinos, está preocupada com a ampliação do conflito na região, o que aumentará a crise humanitária que afeta milhões de pessoas. “Se isso continuar, vai provocar ainda mais racionamento de bens essenciais, como combustível, o que afetará a irrigação agrícola dos palestinos. Estamos trabalhando para reabilitar diversos poços de irrigação em Gaza, mas não temos um plano B neste momento. Isso tudo causará inflação no preço dos alimentos, afetando as famílias mais pobres de maneira rápida e dura”, lamenta Chris Eijkemans, direitor da Oxfam para Israel e os territórios ocupados da Palestina. Um racionamento de combustível também vai atingir seriamente as plantas de dessalinização, das quais 90% da população de Gaza depende.
O bloqueio de Israel a Gaza já dura 10 anos e causou um colapso na infraestrutura do território palestino, provocando uma crise humanitária que atinge quase 2 milhões de pessoas – a maioria, refugiados, que estão efetivamente presos no território.
Cerca de 40% da população de Gaza luta para ter o suficiente para comer. O desemprego é de 40% e mais de 23 mil pessoas tiveram que sair de suas casas em consequência do último conflito contra os israelenses, em 2014.