A Oxfam Internacional vai treinar funcionários em todo mundo para se tornarem investigadores de salvaguardas em seus escritórios para fortalecer seu sistema de proteção contra abuso e assédio sexual. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26/7) e faz parte do Plano de Ação de 10 Pontos lançado em fevereiro passado como parte dos esforços da organização em responder aos casos de abuso e assédio sexuais ocorridos no Haiti em 2011.
Um dos pontos centrais do Plano de Ação foi a instituição de uma comissão independente internacional para revisar as políticas, práticas, a cultura e a responsabilização da Oxfam em relação a casos de abusos sexual e de poder. Os nomes das integrantes da comissão foram anunciados em março e seu primeiro relatório será apresentado em maio de 2019.
Em nossa página especial de políticas de salvaguarda, você pode acompanhar as atualizações do que fizemos até agora para aprimorar práticas, políticas e procedimentos.
Uma dezena de organizações internacionais e parceiras foram convidadas a participarem dos cursos de treinamento oferecidos pela Oxfam a seus mais de 10 mil funcionários em todo o mundo. Mais do que apenas melhorar as práticas internas, a Oxfam quer contribuir para melhorar as salvaguardas no setor de ajuda humanitária como um todo.
A Oxfam montou um sistema central de contatos para lidar com todas as demandas de seus funcionários e indicou árbitros em todas suas afiliadas. Casos de assédio e abuso sexual serão identificados nas referências de todos os funcionários, e a organização está melhorando seus procedimentos de checagem pré-contratação – agora, a salvaguarda é algo mandatório no processo de recrutamento de novos funcionários.
A partir de outubro deste ano, a Oxfam vai divulgar dados globais consolidados – e anônimos – a cada seis meses sobre todas as investigações relativas a salvaguardas realizadas no período em todas suas afiliadas pelo mundo.
A Oxfam renovou seus sistemas de alerta, assegurando canais para denúncias em cinco diferentes línguas, e tem encorajado todos seus funcionários a usá-los. Tem também desenvolvido uma central de dados para todas as investigações realizadas e vem promovendo treinamentos e discussões nas equipes sobre justiça de gênero, salvaguardas segurança e seus códigos de conduta.
“Estamos começando a ver os resultados, mas ainda estamos no começo de uma longa jornada”, afirma Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam Internacional.
“Estou orgulhosa de como a equipe reagiu com tamanha determinação para melhorar e transformar a Oxfam num lugar seguro, onde não haverá tolerância para a má conduta sexual ou abuso de poder sobre as mulheres, nem sobre qualquer pessoa em nosso espaço de trabalho.”