Em resposta ao fato de os estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) não terem chegado a um acordo sobre um tratado pandêmico a tempo para a Assembleia Mundial da Saúde desta semana, a Líder de Política de Saúde da Oxfam Internacional, Anna Marriott, disse:
“Os negociadores têm trabalhado na elaboração de um tratado global destinado a evitar a repetição do extremo apartheid de vacinas entre o Norte e o Sul Global durante a pandemia de COVID-19. Mas, repetidas vezes, nessas negociações, os países ricos têm dançado conforme a música das grandes corporações farmacêuticas, em vez de curar os profundos abismos geopolíticos causados pelo seu nacionalismo de vacinas míope. Aplaudimos os países do Sul Global por se manterem fiéis aos princípios de equidade, apesar da enorme pressão para ceder.
Já passou da hora de os países ricos pararem de bloquear propostas que priorizam salvar vidas em todos os lugares em vez dos monopólios e lucros das farmacêuticas, e concordarem em tornar vacinas, testes e tratamentos pandêmicos, assim como a tecnologia por trás deles, bens públicos acessíveis a todos. Isso exige compromissos vinculativos para compartilhar tecnologia e conhecimento, remover barreiras de propriedade intelectual e investir na fabricação local e na pesquisa colaborativa entre países ricos e pobres. Os países do Sul Global não precisam esperar que o acordo pandêmico seja finalizado para fazer mais. Eles podem se preparar para a próxima pandemia agora, investindo mais em saúde pública, impulsionando as capacidades regionais de pesquisa e desenvolvimento, fabricação e regulação, e fazendo pleno uso das flexibilidades do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (Acordo TRIPS).”