De junho a agosto, quem vive no norte de Gana tem que se planejar muito para não ficar sem o que comer. É a ‘temporada da fome’, dizem os locais, época em que a seca deixa o solo praticamente inutilizado para qualquer tipo de plantação. Hoje, cerca de 75% das famílias da região não têm comida suficiente devido às más condições climáticas e à falta de infraestrutura básica para auxiliá-los em tempos difíceis. Os níveis de pobreza são duas ou até três vezes maiores do que a média nacional e as mudanças climáticas estão agravando o problema – as chuvas têm se tornado mais imprevisíveis e intensas, com períodos alternados de secas e inundações.
Mary Paula Lanuzie, de 62 anos, sabe bem disso e dá a receita para enfrentar as condições adversas: “Nessa época do ano, a sobrevivência é uma questão de planejamento e gerenciamento (dos recursos).” Ela vive em Goziir, pequeno vilarejo na região norte de Gana, com seu marido e seis membros da família. Além de economizar grãos e planejar bem para sobreviver durante a ‘temporada da fome’, Mary tem se beneficiado dos projetos que a Oxfam vem oferecendo para ajudar pequenos agricultores a melhorarem suas plantações e aumentarem seus rendimentos – desde que começou com os treinamentos, já conseguiu dobrar sua renda com a plantação de milho.
“Estamos sabendo economizar. Em nossa casa, temos comida. Estamos felizes”, diz Mary, lembrando um aspecto importante para o sucesso. “Nossa comunidade se dá bem e as mulheres aqui são muito unidas. Nós entedemos que precisamos ajudar umas as outras.”
Cerca de 70% dos treinamentos oferecidos pela Oxfam apoiam especificamente as mulheres, que não têm as mesmas oportunidades que os homens para conseguirem meios de se sustentarem. Os projetos indicam novos métodos agrícolas e atividades alternativas de geração de renda, como a criação de abelhas e produção de mel, criação de gado, compostagem e construção de fornos energeticamente eficientes.