Representantes de organizações da sociedade civil brasileira se reuniram nesta segunda-feira (4/12), em Dubai (Emirados Árabes) com o relator especial sobre direitos humanos e meio ambiente da ONU, David Boyd, para conversar sobre a violência contra pessoas defensoras de direitos humanos e meio ambiente no Brasil. Selma Dealdina, secretária executiva da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), entregou a Boyd um estudo sobre líderes quilombolas assassinados no Brasil nos últimos anos.
O estudo Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil, elaborado pela Conaq em parceria com a Terra de Direitos, está em sua segunda edição e registra os assassinatos cometidos em quilombos entre 2018 e 2022 – um total de 32, em 11 estados brasileiros. As causas são, em geral, conflitos por terra e violência de gênero.
“Os impactos das mudanças climáticas estão interconectados com as violências contra defensores socioambientais. São urgentes as medidas de responsabilização de quem cometeu os crimes e também da proteção de quem está na linha de frente em defesa do meio ambiente, assim como políticas públicas de adaptação e de desenvolvimento dessas comunidades, para que deixem de estar em vulnerabilidade”, afirmou Maitê Gauto, gerente de Programas da Oxfam Brasil, que participou do encontro juntamente com representantes do Fundo Casa Socioambiental, do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), Global Witnewss e 350.org.
O representante da ONU, David Boyd, se comprometeu a dar visibilidade aos casos de violência contra a população quilombola no Brasil.
A Oxfam Brasil e as demais organizações que se reuniram com o representante da ONU estão em Dubai participando da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), que foi iniciada no último dia 30 de novembro e vai até o dia 12 de dezembro. A reunião com o representante da ONU foi organizada pelo Movimento Escazu Brasil.