Formado em Letras pela Universidade de São Paulo em 1998, Tuca Vieira é fotógrafo profissional desde 1991. Já atuou no Museu da Imagem e do Som, Sesc-SP, e na agência N-Imagens. Fez parte da equipe de fotografia do jornal Folha de S. Paulo de 2002 a 2009 e recebeu o prêmio Funarte de Arte Contemporânea (2013), Porto Seguro de Fotografia, categoria São Paulo (2010), o Prêmio Grupo Nordeste de Fotografia (2005) e o Prêmio Folha de Jornalismo, categoria Fotografia (2005).
Atualmente é fotógrafo independente, desenvolvendo projetos envolvendo cidade, paisagem urbana, arquitetura e urbanismo. Confira a entrevista com o fotógrafo:
Como foi seu início na fotografia?
Tuca Vieira – Comecei desde cedo. Quando eu tinha uns 16 anos. Meu tio Claudio Feijó, tinha uma escola de fotografia aqui em São Paulo, então começou como uma brincadeira e com o tempo foi se tornando mais sério. Tanto é que quando eu fui fazer faculdade eu já sabia que eu ia trabalhar com fotografia a vida toda.
O que você quer mostrar com essa exposição?
Tuca Vieira – São 22 fotos que mostram as dificuldades do Brasil em resolver um problema tão sério como a desigualdade social. Essa é a intenção do meu trabalho, sobretudo como fotojornalista.
Como surgiu esse interesse em fotografar a desigualdade nas grandes cidades?
Tuca Vieira – Veio da indignação. A gente vê isso todo dia na rua, a gente sente isso no Brasil e eu tento intervir nessa realidade fazendo o que eu posso e o que eu faço de melhor, que é a fotografia.
A exposição tem uma versão virtual. No campo da fotografia, como é sua relação com a internet e as redes sociais?
Tuca Vieira – Isso hoje em dia é muito veloz. A gente vive em um mundo onde se produz muitas imagens, então o desafio é fazer com que as fotos se destaquem no meio desse turbilhão de imagens que existe. É um desafio fazer com que as pessoas prestem atenção em fotografias, as fotos duram muito pouco tempo em vida. Tem o lado bom e o ruim, o lado bom é que populariza a fotografia como instrumento e educa o olhar das pessoas de alguma forma, por outro lado são tantas imagens que ninguém mais consegue discernir.
Você acredita que a sua obra tem o poder de transformar? As pessoas passam a olhar de outra forma a realidade perto delas?
Tuca Vieira – Eu acho que sim. Na verdade eu não diria que elas têm o poder de transformar, mas eu acho que sem elas tudo seria pior. Elas servem pelo menos para manter essa indignação que as pessoas têm. Mas quero crer sim, que elas possam mudar a realidade de alguma forma.
O que significa aliar a sua exposição à inauguração do escritório Oxfam Brasil, na cidade de São Paulo?
Tuca Vieira – Uma convergência de interesses muito grande. Eu compartilho com a Oxfam essa mesma indignação e essa mesma urgência de tentar transformar esse flagelo da desigualdade. Então, estamos muito bem sincronizados em relação a essa percepção do Brasil.
Conheça mais sobre o trabalho do fotógrafo Tuca Vieira e visite a exposição em https://www.oxfam.org.br/perplexidade