Criação de galinhas para sobreviver
Rogério de Souza tem 28 anos e vive com sua esposa na Cidade Estrutural, no Distrito Federal, em um barraco de madeira. Antes da pandemia, trabalhava como educador social dando aulas de dança em uma escola por meio período, e recebia R$ 500,00 como remuneração. Com a chegada da covid-19, teve que parar com as aulas e passou a viver do auxílio emergencial do governo e da ajuda emergencial da Oxfam Brasil.
Rogério é pai de uma menina de 6 anos, fruto de um relacionamento anterior. Sua mãe mora sozinha e conta com ele para fazer suas compras e cuidar da sua casa.
Para tentar ajudar na alimentação, ele e a esposa contam com a distribuição de cestas básicas que algumas organizações oferecem na comunidade e criam galinhas no quintal: “Depois da pandemia, a gente organizou esse espaço aqui no quintal para criar nossos bichos, e pedimos sobras de comida para os vizinhos para ajudar a alimentar as galinhas.”
Rogério não paga aluguel porque mora numa ocupação, mas as dificuldades são imensas. O acesso à água, por exemplo, é bastante precário. Ainda assim, a família de Rogério está conseguindo manter as medidas de prevenção contra o coronavírus. No entanto, essa não é uma realidade para a maioria das pessoas de sua comunidade, afirma. Muitos saem de casa para conseguir alguma renda nas ruas.
Apesar de todas as dificuldades, Rogério acredita que essa crise tem despertado solidariedade nas pessoas. “Ajudar o próximo é uma forma de cura”, afirma.