A roda da redução das desigualdades no Brasil parou de girar. A distribuição de renda estagnou, a pobreza voltou com força e a equiparação de renda entre homens e mulheres, e negros e brancos, que vinha acontecendo ainda que timidamente, recuou.
São retrocessos inaceitáveis para um país cuja maioria é justamente de pobres, negros e mulheres. E essas desigualdades de renda, raça e gênero são reforçadas – e retroalimentadas – por nosso injusto sistema tributário, que cobra mais justamente de quem menos tem. Isso não pode continuar.
Considerando dados tributários, o 1% mais rico ganha 72 vezes mais que os 50% mais pobres.
O IBGE calcula que os rendimentos mensais do 1% mais rico representa 36,3 vezes mais que aqueles dos 50% mais pobres.
Desde 2011, a equiparação de renda entre negros e brancos está estagnada. Entre 2016 e 2017, os brancos mais ricos tiveram ganhos de rendimentos de 17,35%, enquanto negros incrementaram suas rendas em apenas 8,1%.
Pela primeira vez em 23 anos houve recuo na equiparação de renda entre mulheres e homens. O recuo foi verificado entre 2016 e 2017.
Primeira vez nos últimos 15 anos a relação entre renda média dos 40% mais pobres e da renda média total foi desfavorável para a base da pirâmide.
A metade mais pobre da população teve uma retração de 1,6% de seus rendimentos entre 2016 e 2017 .Os 10% mais ricos tiveram crescimento de 2% em seus rendimentos entre 2016 e 2017.